Data: julio 5, 2013 | 20:46
No domingo, 7, a partir das 19 horas, haverá a premiação e, em seguida, o desfile das três campeãs...

Concurso de Quadrilhas Juninas se encerra nesta sexta-feira em Rio Branco

As equipes campeãs voltam a se apresentar no domingo a partir das 19 horas | fotos Val Fernandes / FEM

As equipes campeãs voltam a se apresentar no domingo a partir das 19 horas | Fotos Val Fernandes 

© André Gonzaga | Agência Notícias do Acre

A apuração do Concurso de Quadrilhas Juninas será realizada nesta sexta-feira, 5, a partir das 21h30, no palco Arena dos Folguedos. É o encerramento de mais um ciclo para a Liga de Quadrilhas Juninas do Acre (Liquajac) e, principalmente, para os 19 grupos da capital e dos municípios do Estado que se apresentaram no 15° Arraial Cultural, desde o dia 1º de julho. No domingo, 7, a partir das 19 horas, haverá a premiação e, em seguida, o desfile das três campeãs.

Os enredos, novamente, foram diversificados. Em comum, as quadrilhas exaltaram os temas referentes à região Amazônica e ao Nordeste, que é o berço da tradição junina: da obra O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, ao legado do ambientalista Chico Mendes, que é o homenageado deste ano; de Lampião, o Rei do Cangaço, a época do Surto da Borracha; dos 69 anos da Rádio Difusora Acreana, a Voz das Selvas, ao Cacimbão da Capoeira, patrimônio histórico de Rio Branco, que foi revitalizado em dezembro passado.

No entanto, para que as raízes não se perdessem em meio à evolução natural dos grupos, a Liquajac realizou os seminários de Cultura Popular e de Cultura Caipira do Acre, com a contribuição de produtores culturais de diversas áreas artísticas, que definiu os atuais parâmetros de julgamento. Exemplificando, todas as quadrilhas devem ter, no mínimo, dez passos tradicionais – a grande roda, a montanha-russa, o caminho do céu, o cumprimento e a despedida dos grupos são obrigatórios. Além dos itens da coreografia, os jurados avaliam a harmonia e conjunto, o figurino e o casamento caipira, e a originalidade.

Os bastidores

Assim como o Carnaval, a maioria dos quadrilheiros já começa a pensar e aprontar o seu tema a partir da finalização do grande concurso junino. Os ensaios começam em janeiro, geralmente em espaços públicos – praças, quadras ou até mesmo na rua -, e mexem com a rotina de todo o bairro. E não só por chamar atenção, mas porque, de acordo com Cimar dos Santos, presidente da Liquajac, é a hora que a competição entre os grupos começa a gerar renda.

“As costureiras da região começam a receber os pedidos para a confecção do figurino das quadrilhas e verdadeiras praças de alimentação são construídas para atender os brincantes”, comenta. É também o momento das boas ideias: do empreendedorismo. “Certa vez, em um dos bairros, uma mulher que morava na frente do local dos ensaios teve a ideia de abrir a porta de casa e usar o seu bebedouro para ganhar dinheiro. Ela ganhava R$ 0,25 por cada copo de 500 ml de água vendido”, conta Cimar.

Fora a economia, a importância da comunidade se revela ainda na acolhida, torcida e vibração durante todo o processo de produção. Na verdade, é a troca de boas energias que favorece as quadrilhas e traz o orgulho e o sentimento de pertencimento às comunidades, fortalecendo, ainda, a identidade e a autoestima. E mesmo enfrentando dificuldades financeiras, que podem inviabilizar a compra de itens importantes na composição do enredo, a calma e o foco permanecem inabalados.

As leis de incentivo à cultura, estadual e municipal, são as alternativas encontradas para subsidiar estes sonhos. Em média, cada grupo gasta cerca de R$ 15 mil. Ainda de acordo com Cimar, a quantia é bem inferior ao que é gasto na Região Sul, que chega até R$ 200 mil. “Por ter tido a oportunidade de conhecer outros grupos do Norte, eu posso afirmar que nós não ficamos devendo a ninguém. Ao contrário, cada ano é um novo desafio e um momento de evolução. Em contrapartida, sobe também o valor de investimento”, finaliza.

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