Data: julio 25, 2017 | 6:58
DOSSIER | ASSIM FOI GESTADA A TRAGÉDIA DA JOALHERIA EUROCHRONOS | Bolivia é o santuário oficial de fugitivos brasileiros. O governo deste país protegeu assaltante chamado “Xingú” durante três anos com simples prisão domiciliar e ocultando informação sob os antecedentes do capanga paraense. Ele liderou em 2013 o assalto fictício á empresa aurífera de um influente narcotraficante de Mato Grosso...

Ministro boliviano acusa ao PCC de crimes nos quais é ele o único responsável

Em torno do brasileiro Antõnio Adão da Silva Costa, vulgo «Xingú», quem ficou preso em Guayaramerín e Chonchocoro por delitos que o Ministro de Governo encobre sistematicamente, teve facilidades incomuns para cometer o roubo de 13 de Julho, com quatro cúmplices bolivianos. | Fotomontagem Sol de Pando

O chefe brasileiro do fracassado e letal assalto, deveu ter sido deportado para seu país já quando ele foi preso em Guayaramerín, na Bolívia, mais de três anos atrás, com um carregamento de cocaína e armas. Ele foi um fugitivo buscado nos estados de Pará e Mato Grosso desde setembro de 2013. Não obstante as reclamações de policiais e procuradores do Brasil, o governo boliviano reter e protegeu lhe no país com o generoso benefício da prisão domiciliar. Devido essa irresponsabilidade do Ministro a cargo da Segurança Cidadã na Bolívia, Romero, a quadrilha de “Xingú” teve oportunidade pra cometer o recente assalto do 13 de julho, num ato trágico e sangrento, o qual, segundo o mencionado Ministro, é culpa do Primeiro Comando da Capital…

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© Wilson García  Mérida | Redação Sol de Pando em Brasilia© Tradução do texto original em espanhol: Wilson García Mérida

Na conferência de imprensa convocada para explicar a tragédia do 13 de julho que deixou em evidência a extrema fragilidade da Segurança Cidadã em Bolívia, o ministro Romero denunciou com tudo ênfase que o país é invadido por a organização brasileira PCC, á qual  qualifica como “cartel do narcotráfico”. | Foto ABI

Guiado por uma fonte altamente confiável em Brasília com a qual entramos em contato, Sol de Pando verificou que o chefe criminoso abatido durante o assalto á joalheria EuroChronos o 13 de julho, de jeito nenhum foi um “emissário do PCC” segundo declarou apressuradamente o Ministro de Governo da Bolívia, Carlos Romero, nesse mesmo dia da tragédia. A verdade é que Antônio Adão da Silva Costa, vulgo “Xingú” (não “El Negro” como diz o governo boliviano), era um fugitivo da justiça brasileira que entrou na Bolívia ao final de 2013 após perpetrar um assalto também fracassado, com saldo dum morto, contra uma empresa mineira aurífera no Estado de Pará, cujo dono teria sido um presunto narcotraficante que reside no Estado do Mato Grosso.

A família da jovem Ana Lorena Tórrez, a gerente de EuroChronos falecida ao ser tomada como refém pelos assaltantes, expressa dúvidas diante a versão do Governo sob a origem da bala que tirou essa inocente vida. | Foto La Razón

Aquela versão —obtida pelo Sol de Pando no desterro— contradiz a informação oficial boliviana segundo a qual “‘Mono’ e ‘Bahiano’(sic), presuntos integrantes duma célula do Primeiro Comando Capital (PCC), ingressaram do Brasil alguns dias atrás e reuniram se com António Adão da Silva Costa, quem 20 dias atrás recuperou sua liberdade de Chonchocoro, prisão de segurança máxima em La Paz”, segundo publicou o jornal El Deber de Santa Cruz, na sua primeira página do 14 de julho.

O enterro do tenente Carlos Gutiérrez Valenzuela, em Cochabamba. Ele foi a primeira vítima mortal no tiroteio que desencadearam os capangas cheifeados por o brasileiro Antônio Adão da Silva Costa. | Foto Los Tiempos

Segundo o mesmo jornal, Adão da Silva esteve recluído em Chonchocoro durante 30 meses “por bater um policial”.

Esse tempo decorrido, mais o delito leve de “bater um policial”, teriam sido a justificação pela qual o juiz de La Paz Fernando Rivadeneira resolveu conceder-lhe o benefício de prisão domiciliar e, além, para morar na cidade oriental de Santa Cruz (3.500 km longe de La Paz), onde pouco tempo depois perpetrou o trágico assalto que derivou na morte de pessoas inocentes como a jovem economista Ana Lorena Tórrez e o tenente policial Carlos Gutiérrez Valenzuela.

Também morreram  nessa violenta ação dois dos cúmplices bolivianos de “Xingú”, além ele mesmo, quem, em rigor da verdade, foi o único brasileiro nesse assalto.

 
Secuencia de la caótica balacera en el atraco del 13 de julio | VIDEO

https://www.youtube.com/watch?v=iSFQQzV24CE&t=231s

A tramoia de Romero ante o plano de “Xingú” para comprar cocaína

O brasileiro Antônio Adão da Silva Costa, vulgo Xingú, subiu esta foto ao Facebook, sorridente, durante sua corta permanência no cárcere de segurança máxima de Chonchocoro. Daí saiu o 23 de junho com o benefício judicial de prisão domiciliar para morar em Santa Cruz, onde cometeu o último assalto de sua vida. | Foto Sol de Pando

Além, a pesquisa feita por Sol de Pando no Brasil estabelece que a quadrilha boliviana chefiada por “Xingú” no assalto EuroChronos, não tinha nenhum nexo real com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Tão versão propalada com muita insistência pelo Ministro de Governo da Bolívia, Carlos Romero, não é mais que uma tramoia sem escrúpulos com o fim de gerar desinformação na opinião publica e encobre a verdadeira responsabilidade administrativa e judiciaria do Estado Plurinacional da Bolívia na aquela tragédia que bem poderia ter sido evitada, de não mediar a corrupção funcionaria imperante ao interior do Governo que preside Evo Morales.

Dita corrupção instituída pelo domínio politico dos fornecedores de cocaína, (além contrabandistas, proxenetas e outros setores delinquenciais) que tem importantes quotas de poder na administração pública da Bolívia, é a que matou á menina Ana Lorena Tórrez e ao tenente Carlos Gutiérrez, e ao mesmo “Xingú” e seus cúmplices bolivianos.

Os protetores governamentais de Adão da Silva Costa —juízes, procuradores, advogados, policiais e o próprio Ministro de Governo— deram lhe, ao brasileiro, plenas facilidades para quele pudesse reorganizar uma nova quadrilha desde sua reclusão (recrutando capangas bolivianos prontuariados) e assim perpetrar o assalto do 13 de julho, dentro um plano tenebroso para a obtenção de dinheiro como capital de investimento com o fim de financiar a compra de cocaína, com destino Brasil, de influentes fornecedores bolivianos da droga com quem “Xingú” teve contato desde finais do ano 2013, quando o capanga brasileiro fugiu até Bolívia após cometer um fracassado assalto no Estado de Pará.

Carlos Romero sabe tudo isto, mas não diz, e tira toda a culpa da tragédia ao PCC.

Ministro de Gobierno de Bolivia asegura que los atracadores fueron «miembros del cartel brasileño PCC» | VIDEO

¿Um sistema em função á liberdade dos delinquentes?   

O juiz Rivadeneira, quem foi o que concedeu prisão domiciliar para “Xingú” —libertando lhe do cárcere de segurança máxima no altiplano de Chonchocoro—, lavou as mãos acusando aos policiais e procuradores por não ter fornecido provas para impedir aquela flexibilização da punição, além não ter estado presentes na sessão judiciaria pra debater dita medida. Os policiais e promotores rejeitaram a sindicação feita pelo juiz, retrucaram lhe acusando Rivadeneira ser responsável por forçar uma sessão judiciaria indevida, ao margem da lei. Mas ninguém da Polícia ou da Procuradoria apelou a decisão do juiz nem fez seguimento dos passos de Xingú, após que o brasileiro instalou se numa casa alugada em Santa Cruz, muito perto á joalheria EuroChronos.

E, o mais estranho, é a privilegiada e eficiente defesa legal que forneceu se para da Silva Costa, incessível para uma grande maioria dos cidadãos bolivianos. O juiz Rivadeneira, quem diz haver caído numa armadilha quando dictou a prisão domiciliar, denunciou que o advogado defensor de “Xingú” foi um cara chamado Ivan Perales, com estratégicas influências no Palácio Queimado (a Casa de Governo de Evo Morales).

Xingú na cela número 511 do cárcere de segurança máxima em Chonchocoro, no altiplano de La Paz, de onde foi libertado com o beneficio de prisão domiciliar, baixo o argumento que ele não tinha “nemhum antecedente criminal” em Bolívia. | Foto Sol de Pando

Iván Perales —influente advogado que inclusive teria falsificado certificações que facilitaram a libertação de “Xingú” da prisão de Chonchocoro— é hoje, nada menos, Juiz Anticorrupção em La Paz. Ainda após sua designação como novo juiz do Estado Plurinacional, Perales não abandonou a defesa de “Xingú” e delegou nessa tarefa uma advogada pertencente ao seu mesmo escritório, a qual, além, mantém uma aberta “relação sentimental” com o mesmo agora Juiz Anticorrupção.

A verdade é que procuradores, policiais e “influentes” advogados com credenciais do partido governante, conspiraram escondendo os antecedentes criminosos de “Xingú”, facilitando assim todos argumentos necessários para que o juiz Rivadeneira deixe livre ao contumaz e valioso ladrão brasileiro.

Em 17 de março de 2014 a Polícia Boliviana abortou em Guayaramerín uma ação armada para resgatar a Xingú. Um oficial boliviano foi ferido e os dos cúmplices brasileiros do réu morreram. Curiosamente o Ministro de Governo nunca falou sob este antecedente vinculado ao assalto do 13 de julho. | Foto cortesia Polícia Federal

Inclusive, segundo revelou o mesmo juiz Rivadeneira (cuja esposa resultou ser casualmente alta funcionária na Direção de Migração do Ministério de Governo), “a resolução de imputação emitida pela Procuradoria devela que Adão da Silva Costa não tinha antecedentes criminais na Bolívia”.

É inconcebível a inexistência de antecedentes criminais que a defensa de Xingú brandiu com tanto bom sucesso lá na Bolívia” —é a protesta do agente de Inteligência da Polícia Federal que conversou com Sol de Pando em Brasília, após verificar a documentação do caso que tem se disponível neste país—. “A informação que nos temos disponível diz que Xingú caiu preso na localidade de Guayaramerín princípios do ano 2014, quando tentou voltar para Brasil com um carregamento de cocaína e armas que ele comprou na Bolívia. Já então ele era um fugitivo do Estado de Pará onde a Polícia Civil procurava lhe junto dois cúmplices sujos com quem fugiu até Rondônia, por o assalto feito em setembro de 2013 numa empresa mineira de ouro, crime no qual eles assassinaram uma pessoa e ficaram ferida outra. Seus cúmplices tentaram tirar lhe do cárcere de Guayaramerim a ponta de bala, e aí ambos eles foram mortos a tiros pelos policiais bolivianos. Por essa razão mesma Antônio Adão da Silva Costa foi transferido á prisão de segurança máxima em Chonchocoro. Acho que é uma loucura quele pudesse ser favorecido com o benefício de prisão domiciliar, com semelhantes antecedentes criminais”.

Guayaramerín, 17 de março, sob o qual Romero não falou

Em efeito, na sua edição do 17 de março de 2014, paradoxalmente, o mesmo jornal El Deber de Santa Cruz lançou este manchete: “Brasileiros que tentaram resgatar um compatriota ficaram vitimados”. Um dos mortos era o irmão de “Xingú”. Narrava o jornal ao seguinte: 

Luiz da Silva Costa, o irmão de Adão, morto em Guayaramerín ao tentar tirar do presidio ao chefe da quadrilha que havia assaltado uma empresa aurífera no Estado de Pará antes de fugir até Bolívia. | Foto cortesia Polícia Federal

“A Polícia de Guayaramerín (fronteira com Brasil) vitimou nesta madrugada dois cidadãos brasileiros no interior da instituição policial. Segundo as autoridades os estrangeiros tentaram resgatar outro cidadão brasileiro que estava a ser cautelado nesta segunda feira. Além dos falecidos fatais um oficial boliviano acha se ferido (em cuidados intensivos).

As vítimas fatais são Luiz da Silva Costa (21) e Raimundo Nonato da Costa Almeida (35), por enquanto o sargento boliviano da Força Especial de Luta Contra o Crime (Felcc), Milton Peredo Lafuente, ficou ferido por causa dum tiro no abdômen. ‘Eles estavam com três armas longas e 500 projéteis numa mochila, Fizeram 40 tiros antes ser abatidos’, informou o tenente coronel Freddy Roca, comandante de fronteira policial de Guayaramerín. 

Raimundo Nonato da Costa Almeida, outro dos cúmplices de Xingú que também morreu em Guayaramerín o 17 de março de 2013. | Foto cortesia Polícia Federal

(…)

Os corpos das vitimas encontram se no necrotério do hospital de Guayaramerín; porém, perto das 10:00 horas agentes da Polícia Federal do Brasil chegaram para tirar as impressões digitais e pesquisar se estas pessoas estavam involucradas em outros casos no seu país de origem”.

E de acordo ao informado pela agência Erbol na mesma data, “os dois homens armados, de nacionalidade brasileira, segundo a polícia,tentaram resgatar a seu cúmplice detido desde a passada sexta feira, após ele ser capturado e  acusado por narcotráfico. Nesta amanhã deveu se ditar suas medidas cautelares”.

Brasil entregou informação que Bolívia está ocultando 

“Xingú” no cárcere de Guayaramerín, fotografado pelo delegado Julio Mitsuo Fujiki da Polícia Federal de Rondônia, após do fracassada tentativa de seus cúmplices para libertar lhe abrindo fogo contra os policiais bolivianos. | Foto cortesia Polícia Federal

Segundo nossa fonte em Brasília, o delegado Julio Mitsuo Fujiki, chefe da Polícia Federal em Guajará-Mirim (município no Estado de Rondônia), foi a autoridade brasileira que presentou se oficialmente no lado boliviano para confirmar a identidade dos assaltantes falecidos, assim mesmo entregar as autoridades da Bolívia toda a informação sob os antecedentes desta banda no seu país de origem. “O colega Julio Mitsuo tirou inclusive fotos dos corpos abatidos e do próprio Adão que ainda estava quase encapuzado após seu tento de fugir”, nos disse o experto policial enquanto nos vemos na sua computadora as ditas fotos.

Xingú preso em Chonchocoro a onde foi transferido despois da violenta ação de Guayaramerín quando sua quadrilha ficou dizimada. Após de obter o beneficio de prosão domiciliar saindo mesmo de Chonchocoro, movilizou uma nova quadrilha com capangas bolivianos que substituíram aos brasileiros mortos em Guayaramerín. Mas voltou fracassar no seu último assalto. | Foto Sol de Pando

Antônio Adão da Silva Costa, seu irmão Luiz e seu primo Raimundo Nonato da Costa Almeida, chegaram a Guayaramerín atravessando o Estado de Rondônia após fugir do vizinho Estado de Pará, onde eles haviam perpetrado um acidentado assalto á Mineira Maney, á qual tentaram roubar 50 quilos de ouro em 12 de setembro de 2013. 

Ao se saber no Brasil que Adão ou “Xingú”, o chefe nesse assalto em Pará, sobreviveu ao tiroteio de Guayaramerín, as autoridades estaduais e federais solicitaram na Bolívia a extradição do criminoso. “Bolívia disse que o réu devia cumprir sua pena no cárcere desse país por os seus delitos feitos no território boliviano. Acreditamos então que ele ficaria baixo um regime de segurança máxima e de nenhum jeito com uma simples prisão domiciliar, o qual ajudou a ele cometer o assalto da semana passada em Santa Cruz”, lamenta o oficial federal que falou confidencialmente com o Sol de Pando em Brasília.

A desinformação ao  serviço do crime organizado

Outra cena registrada em 17 de marzo de 2013 por o delegado policial de Rondónia que viajou até Guayaramerían para trocar informação com as autoridades bolivianas quem, depois, ocultaram estos feitos. | Foto cortesia Polícia Federal

Apesar daquele antecedente de Guayaramerín tão contundente, e que além foi de domínio público nos dois países,  o Governo da Bolívia —em meio da tragédia da joalheria EuroChronos— fez um visível esforço por minimizar o que aconteceu nesse 14 de março de 2013, pecando dum manejo irresponsável e inescrupuloso da informação.

Nos relatórios direcionados por o Ministério de Governo para a opinião pública em Bolívia, sob este e outros casos semelhantes, observa se um grau assustador de especulações e imprecisões feitas ao calor de cálculos políticos e dum frívolo afã propagandístico. Sob a recente tragédia de EuroChronos, nem sequer delinear uma coerente linha de tempo, o que é algo elemental nestos casos.  

Ainda aceitando post mortem a alta periculosidade de “Xingú”, em Bolívia as autoridades policiais encarregadas mostraram ter pistas muito falsas do capanga brasileiro, confundindo inclusive seu nome. E ao que é pior, atribuindo a origem da desinformação ás autoridades brasileiras: “Eu tive contatos com nossos pares em Brasil e me manifestaram que evidentemente, um de elos acha se procurado lá por o assassinato a um membro da Polícia em Brasil, estamos falando de Antônio Abdón (sic) da Silva Costa“, afirmou o coronel Gonzalo Medina que exerce a direção da Força Especial da Luta Contra o Crime (Felcc) de Santa Cruz. Mas não é verdade que Antônio Adão da Silva matou um policial em Brasil. Resulta incomprenssível e  altamente suspeita a aberta ação des-informativa do dito coronel Medina.

O manejo desprolixo da informação oficial sob o caso, mantém em dúvida as identidades reais de todos os membros da quadrilha que teve três baixas no tiroteio do 13 de julho. Pelo visto o único brasileiro nessa banda foi Xingú, Adão da Silva Costa. | Foto Archivo

É tal a des-prolixidade informativa nas altas esferas do Governo boliviano, que ainda hoje não aclararam se plenamente as identidades reais dos outros dois cúmplices de “Xingú” abatidos nas portas da joalheria EuroChronos o 13 de julho. Durante os quatro dias seguintes da tragédia, ainda eles foram anomeados apenas como vulgo “El Mono” e vulgo “El Baiano”, sendo ao mesmo tempo apontados como “importantes membros brasileiros do PCC”, quando, pelos seus sobrenomes tipicamente bolivianos revelados tardiamente (Ronny Suárez e Camilo Maldonado), não parecem ser mais que carteiristas nativos que foram recrutados na última hora por o brasileiro “Xingú”, quem percou sua quadrilha original no tiroteio de Guayaramerín. E nenhum deles teve em vida nexo algum com o PCC.

O cadáver de Xingú, crivado no tiroteio como os policiais durante o assalto do 13 de julho na joelheria EuroChronos, em Santa Cruz. O capanga brasileiro chevou se até a sepultura certos “segredos de Estado” sob seus negócios com influentes fornecedores bolivianos da cocaína destinada ao Brasil. | Foto Notivisión

Os únicos sobreviventes que ficaram da banda que atracou EuroChronos, são também bolivianos recrutados por “Xingú” desde o cárcere: o beniano Erick Edwin Landívar Dorado, de quem afirma se no seu povo de Roboré era a ovelha preta duma família de prósperos vaqueiros, e Sandra Guzmán Vaca, a amante de “Xingú”, quem entre soluços disse que pecou por amor, procurando o aluguel da casa em Santa Cruz, perto a joalheria EuroChronos, onde o brasileiro cumpriu sua prisão domiciliar muito bom acompanhado.

O broche de ouro neste caos des-informativo vem do ministro Carlos Romero com solene impudência: “Consultado sob como foi possível dar liberdade um suposto delinquente sem verificar suas garantias, o ministro de Governo, Carlos Romero, qualificou o feito de inexplicável, mas antecipou que ainda se investigam feitos mais graves que poderiam conetar ao assaltante abatido com o juiz que diu lhe sua liberdade”, publicou El Deber.

Resulta que o “suposto delinquente” certamente cometeu “feitos mais graves” que, no Ministério de Governo da Bolívia, “ainda se investigam”.

Vamos ver então ao que nós averiguamos aqui no Brasil desde nosso desterro:

Um assalto falido no Estado de Pará: setembro de 2013

O avão da empressa mineira aurífera na cual a quadrilha de Xingú tentou sequestrar ao dono da companhia assaltada em 12 de setembro de 2013, no Estado de Pará. | Foto cortesia Polícia Federal

Em 12 de setiembro de 2013, uma quadrilha de cinco assaltantes armados irrumperam na empressa mineira aurífera Mineração Maney, assaltando um avião bimotor alugado pela empressa que aterrissou sob uma pista privada no município de Itaituba, Estado de Pará, com um suposto carregamento de 50 kilos de ouro fino. Os chefes da banda eram os irmãos Antônio Adão e Luiz da Silva Costa.

Ao momento de se apoderar da nave, aconteceu uma forcejada com o piloto, um dos assaltantes, Luiz, o irmão de “Xingú”, disparou ferindo duas pessoas a bordo, um de elos, Sancler da Luz, ficou agonizante com uma bala incrustada no coelho e morreria dias depois.

Segundo informou o delegado estadual da Polícía Civil de Pará, Silvio Maués, a aeronave assaltada não trouxe dita carrega de ouro esperada pela quadrilha; então os ladrões dirigiram se até o escritório da empresa logrando apenas se apoderar dum quilo de ouro, o qual foi tudo ao que aí existia.

Vendo frustrado seu alvo, tentaram sequestrar ao dono da empresa mineira, Valdinei Mauro de Souza, se levando ele a bordo do avião para negociar um resgate. Mas a nave não tinha combustível suficiente para fazer a longa viagem de Pará até Rondônia ou Mato Grosso segundo o plano deles. Aterrissaram no meio da floresta quando o combustível se esgotou. Os assaltantes abandonaram a nave e suas vitimas, se separando em dois grupos para fugir por rotas diferentes, uma vez que repartiram se o esmirriado espólio.

Uma deslocação desde Itaituba até Guayaramerín

Sancler da Luz chegou moribundo ao hospital de Itaituba. Ele foi primeira vítima mortal da quadrilha de Adão da Silva, em território brasileiro. O copiloto falecido não foi policial tão como afirma o Governo de Bolívia. | Foto cortesia Policía Federal

A morte do desafortunado copiloto Sancler da Luz, aos poucos dias do assalto, desatou uma persecução intensa e implacável pela Polícia Civil de Pará, até que no município de Apuí, Estado de Amazonas, o 23 de setembro, caiu o primeiro fugitivo: um garimpeiro chamado José Mariano de Souza, vulgo “Paulão”, sertanejo oriundo de Colinas, Estado de Maranhão. Em seu depoimento, o nordestino confessou ter sido recrutado, nas garimpas, pelos irmãos Antônio Adão e Luiz da Silva Costa. Completavam a quadrilha mais dois: Rubervaldo da Silva Brito e Raimundo Nonato da Costa Almeida, primos dos Silva Costa.

Um mes despois da captura de “Paulão”, Rubervaldo foi preso no município de Baixo Amazonas, jurisdição do Estado de Pará. Quando foi interrogado, o primo acogiu se ao dereito de silêncio.

O garimpeiro José Mariano de Souza, “Paulão”, um dos dois cúmplices sobreviventes de Adão da Silva, foi preso no Estado de Amazonas e cumpre cadeia numa prisão do Estado de Pará. | Foto cortesia Polícia Federal

Segundo o depoimento do garimpeiro “Paulão”, quando os forajidos fugaram se ao abandonar o avião da empressa aurífera assaltada causando uma morte, ele e Rubervaldo foram com rumo norte indo para o Estado de Amazonas, por enquanto os irmãos da Silva Costa —Adão e Luiz—, junto ao primo Raimundo Nonato da Costa, foram rumo sur indo para o Estado de Rondônia, até Porto Velho, cidade que fica a 300 km de Guayaramerín na província Vaca Diez do departamento Beni, Bolívia.

Rubervaldo da Silva Brito, outro membro sobrevivente da banda original de Adão da Silva Costa. Ele ficou preso por participar no assalto de 12 de setembro de 2013. | Foto cortesia Polícia Federal

Exceto a versão brasileira que aponta uma causa por narcotráfico e tráfico de armas, não existe na Bolivia una clara explicação oficial e detalhada sob o motivo por o qual Antônio Adão da Silva Costa, vulgo “Xingú”, foi preso no cárcere de Guayaramerín, onde aconteceu a sangrenta e violenta tentativa de tirar lhe dessa prisão por parte de seu irmão e seu primo mortos nesse afã. Fica aí uma explicação oficial pendente com a transparença plena que o ministro Carlos Romero deve a seu Presidente a ao país enteiro.

Ao contrário dao que pretende o Governo mediante uma sistemática desinformação, esta historia não nasce em Chonchocoro, donde Adão deu se o gosto de se tirar umas fotos que subiu no seu Facebook, sorridente, como se estuviesse num curto feriado.

Esta historia começou em Itaituba, passou por Rondônia para entrar a Guayaramerín, logo La Paz e depois Santa Cruz. E tem alguma importante ramificação em Mato Grosso.

E por ao visto, —também isto é parte desta história— há uma instituída negligência estatal que permitiu lhe ao capanga de Pará reincidir na sua rotina delitiva com absoluta e insólita liberdade no nosso país, até gerar as mortes injustas de dois jovens inocentes como Ana Lorena Tórrez e Carlos Gutiérrez durante o fracassado assalto em EuroChronos, tragédia que nunca deveu acontecer se a lei na Bolívia ficara do lado do bem (por enquanto bolivianos que nós subsistir de nosso trabalho sem ninguém roubar nem causar dor alheio, sofremos desterro e cobarde perseguição judicial dum regime que vai embora caindo em picada até uma inexorável gestão criminosa).

Nós aterrorizar só pensar que o Estado Plurinacional da Bolívia poderia estar em via de se converter num Estado Delinquencial.

Por Rondônia e Mato Grosso, atravessando os pedágios de Quintana

O ex prefeito de Cuiabá Marco Mendes, sócio do garimpeiro Valdinei Mauro de Souza. Ambos são pesquisados pela justiça federal no Estado de Mato Grosso ao se adjudicar dolosamente concessões auríferas, num suposto plano para lavar dinheiro do narcotráfico na fronteira con Bolívia. | Foto Sol de Pando

A verdade é que a quadrilha de Xingú era um alvo intermédio para alcançar uma meta que a Polícia Federal considera muito mais importante por seu peso delitivo e econômico, inclusive político num certo sentido” —a nossa fonte diz—. “Nós acreditar que o dono da empresa mineira assaltada o 12 de setembro em Itaituba não é um pão de Deus. Há suspeitas que ele mesmo teria tecido esse assalto e inclusive tentou fingir uma tentativa de sequestro e assassinato”.

Suspeita se com fundamentos que Valdinei Mauro de Souza, o dono da empesa assaltada em Itaituba, teria tramado pela segunda vez um “auto-assalto” pactando a tramoia com a quadrilha de Pará com o fim de evadir uma pesquisa por fraude fiscal, enriquecimento ilícito e possível lavado de dinheiro que a Polícia Federal empreendeu precisamente o mesmo ano 2013. Acredita se que Valdenei foi um promotor e protetor da quadrilha chefiada por Antônio Adão da Silva Costa, alias “Xingú”. Vários assaltos, sequestros e extorsões contra empresários mineiros que são concorrência incomoda para os investimentos de Valdenei Souza nos garimpos de Mato Grosso, Rondônia e Pará, teriam sido perpetrados pela banda de “Xingú” a pedido do mesmo Valdenei. 

A novidade aqui é que Valdenei resultou, além, sócio principal do político e empresário Mauro Mendes, quem até o ano passado foi Prefeito da cidade de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso, fronteira com Bolívia.

O Ministério Público (Procuradoria Geral), com apoio da Polícia Federal, logrou que o Tribunal Regional Federal do Mato Grosso aceite revocar uma concessão aurífera obtida mediante tráfico de influências para favorecer á sociedade Mineração Salomão, cujos principais acionistas são o ex prefeito Mendes e o garimpeiro Valdenei de Souza também dono de Mineração Maney que opera em Itaituba.  Mendes teria usado suas amizades politicas para obter dolosamente tais concessões, corrompendo inclusive ao Governador do Estado de Mato Grosso com a presumível finalidade de lavar dinheiro proveniente do narcotráfico (a cocaína que ingressa de Bolívia).

Trata se duma escabrosa trama onde está em jogo o controle da intensa exploração de ouro que vem crescendo na mesma medida em que cresce a atividade matriz, o narcotráfico, se expandindo pelas fronteiras num monstruoso holding que compreende atividades como o roubo de carros em Brasil com destino Bolívia, e o tráfico de cocaína e de armas desde Bolívia com destino Brasil. As fronteiras que ficam se abrindo como feridas sangrantes entre os dois países vem se focalizando especialmente nos Estados de Rondônia que tem limite como o departamento do Beni, e de Mato Grosso que faz conexão dos mercados do sul brasileiro como o narcotráfico gerado desde o departamento de Santa Cruz.

Nessas fronteiras foram estruturados esquemas territoriais de poder político binacional, articulados habilidosamente por o  ex ministro da Presidência Juan Ramón Quintana (atual Embaixador em Cuba), através de pactos entre fatores de poder empresarial (pelo exemplo com a venda de Gás Natural de jeito direto as empresas do magnate mafioso Joesley Batista quem assumiu controle energético do Mato Grosso, marginando Petrobras dos novos contratos previstos para o 2019 com YPFB; ou a construção de mega represas na bacia do Madeira, Iténez e Guaporé, com empresários construtores de Rondônia).

Baixo dessa gigantesca cobertura “empresarial” e “formal” perto mais flamantes rodovias recém-asfaltadas que atravessam estas ardentes fronteiras, vão prosperando com muita fluidez os troques de droga, armas, autos roubados, ouro, sexo e morte.

Debe ser pontualizado que a fronteira do departamento de Pando com o Estado do Acre, aí por onde até faz pouco atravessava uma  intensa rota da cocaína peruana com rumo ao Brasil, eventualmente ficou livre de aquele azote por duas razões próprias desta febril conjuntura:

  1. Quintana foi expulso do território de Pando pela la consciência pública autônoma pandinista ainda dolorida pela masacre de Porvenir, forçado ele retrair seu domínio político e territorial ao Beni e Santa Cruz sob as fronteiras com Rondônia e Mato Grosso.
  2. Facções criminosas das FARC na Colômbia dispersas após dos acordos de paz nesse país, mudaram se para a fronteira com o Estado de Roraima no Brasil, por onde agora também transita a cocaína proveniente de Peru que tempo atrás usava como ponte a rota Bolpebra-Cobija.

Porém, a fronteira de Pando (Bolívia) e Acre (Brasil) ainda ter sendo transitada faz pouco tempo atrás para o tráfico sexual através dum grupo de narcotraficantes vinculados com Quintana, os quais sequestraram mulheres jovens e vulneráveis de Rio Branco num esquema minuciosamente pesquisado por Sol de Pando no desterro, e que o ministro Carlos Romero —noutro ato de obstinada, prepotente e irresponsável negligência, encobrindo a Quintana— nega se desarticular em território boliviano onde essa quadrilha ainda opera impunemente nos seus antros de prostituição, explorando mulheres brasileiras para traficar cocaína boliviana. 

Carlos Romero e sua astuta fização com o PCC

Carlos Romero, Ministro de Governo da Bolívia: “Tuda a culpa é do cartel do Primeiro Comando da Capital, o PCC”. | Foto ABI

“Podemos trabalhar com a hipótese de pessoas que tem vinculação ao assalto á joalheria Império, são fugitivos desse atraco e conseqüentemente estão vinculados ao Primeiro Comando da Capital, o cartel do Brasil PCC”, foi uma das primeiras declarações feitas pelo ministro Carlos Romero poucas horas depois da tragédia do 13 de julho em Santa Cruz.

Com essa altissonante declaração, o Ministro de Governo logrou esvaziar o repudio cidadão e dos próprios policiais institucionalistas da Bolívia, o quias assistiram em vivo e direito á exibição ruim duma Polícia Nacional diminuída e humilhada pela subordinação política y partidária até ela ficar rebaixada numos níveis ultrajantes de mediocridade, ineficiência e vulnerabilidade.

A desinstitucionalização dos mandos policiais, também obra de Quintana ante a vista gorda de Romero, implicou um desarme profissional e moral, marginando e avassalando seus quadros melhor capacitados, os quais foram suplantados com pessoal muito menos qualificado mas obsequioso com o  regime. O resultado deste abuso do poder político contra a profissionalidade policial, ficou á vista de todos os bolivianos durante a tragédia em tempo real de EuroChronos.

O Ministro responsável desta situação pretende hoje maquilhar a faz emagrecida duma Polícia Boliviana em crise, se interpolando ele mesmo com “o cartel do Brasil PCC”. Soa ao fidalgo dom Quixote brigando corajosamente contra os Moinhos de Vento.

Mas deveu se informar melhor o doctor Romero, pois nem o PCC nem o Comando Vermelho não foram, não são, nem serão um “cartel”.

“Há estudos desde a criminalística acadêmica e desde a ciência antropológica inclusive, que definem a organizações como o PCC mais como um movimento que como uma organização estruturada ao clássico estilo dos carteis colombianos”, explica nosso entrevistado em Brasilia. Além que eles optam por se enfrentar ao Estado e á autoridade constituída, por um princípio consubstancial a sua doutrina fundacional quase anarquista.

São estruturas abertas que atuam mediante afiliações e aportações como num clube de futebol, em zonas onde efetivamente requerem eles mostrar sua identidade coletiva. “Por exemplo, no controle da distribuição da droga em varias cidades do Brasil, seus territórios ficam nitidamente demarcados. Seu negocio principal e fonte de ingressos é precisamente a distribuição, não tanto assim a produção, no caso concreto da cocaína”. É dizer que os traficantes de drogas que logram introduzir a mercancia de Bolívia ao Brasil, “só podem fazer circular pactando com o PCC ou o Comando Vermelho, dependendo da cidade ou zona onde vai entrar a droga”.

O bimotor cujo vôo de Mato Grosso até Goiás foi interferido por uma patrulha da Força Aérea do Brasil o passado 26 de junho, incautando 650 kilos de cocaína saída de Bolivia. A nave caiou após ser frozada aterrissar com um tiro da patrulha aérea. | Foto G1Globo

O grande salto que vam dando estos blocos criminosos graças á crise brasileira é assumir controle do tráfico internacional, sobre tudo nas estradas fronterizas, obtindo capacidade de compra a grande escala, diz o experto. “Aí é quando sucedem aqueles mega assaltos como o que aconteceu na fronteira de Paraguai com Brasil em abril deste ano, quando tiraram os caudais de Prosegur ao estilo duma una guerrilha urbana. É o grande capital de investimento que eles procuram mediante esse método guerrilheiro muito sofisticado para incrementar sua capacidade de compra e venda”.

Nesse sentido, o interesse concreto do PCC ou do CV em países como Bolívia é abrir linhas comerciais no Brasil para a cocaína boliviana. “Ou seja, ao PCC, por seu estatuto mesmo, não interessa lhe ter uma presença ativa e permanente num país como Bolívia ao estilo dum cartel controlando todas as fases do negócio; seu negócio principal é a distribuição de cocaína dentro do Brasil, mas não a produção de coca em Bolívia; por tanto ao mais apropriado é falar duma aliança do PCC ou do Comando Vermelho, ou de ambos dois inclusive, com os produtores de cocaína bolivianos”.

Então, não são, como disse Romero, “emissários” que manda o PCC para Bolívia. São turmas autônomas de traficantes brasileiros que chegam até Bolívia para lhes comprar a cocaína aos produtores bolivianos, e ainda preferem não ter vinculação direta nem com o PCC nem com o Comando Vermelho, para assim ter aberta a opção de negociar com ambos segundo a zona de operações comerciais, uma vez que voltam para o Brasil com a “merca” comprada em Bolívia, de cocaineiros bolivianos.

Por exemplo, o passado mês de junho um avião com suspeita matrícula boliviana foi interceptada por uma patrulha no ar da Força Aérea do Brasil (FAB) quando achava se pronta para pousar no Estado de Goiás, após recarregar tanques numa fazenda do Estado de Mato Grosso. A patrulha aérea ordenou aos tripulantes suspeitos uma aterrissagem para inspecionar, eles não obedeceram dita ordem tentando fugir de volta até Mato Grosso; então o patrulheiro da FAB abriu fogo de alerta derrubando ao bimotor que caiou partida em dois. “A Força Aérea ordenou que o bimotor mudasse a rota e pousasse no Aeródromo de Aragarças, em Goiás. Inicialmente, o piloto obedeceu às ordens, mas ao invés de pousar, desviou o curso. Com isso, o avião da FAB «executou um tiro de aviso» para fazer a aeronave cumprir as ordens. O órgão esclareceu que o disparo não atingiu nenhuma parte do bimotor. A aeronave então pousou na zona rural de Jussara. Na aterrissagem, a asa da aeronave e a cauda ficaram danificadas”, informou O Globo em 27 de junho.

Indo até a prisão de Goiás, o piloto e copiloto da nave capturada o 26 de junho quando introducia ao Brasil 650 kilos de cocaína boliviana. | Foto G1Globo

Em terra, os tripulantes, ilesos, fugiram deixando na nave um carregamento com 650 quilos de cocaína. «Essa foi a maior apreensão de cocaína da história por parte da PM em Goiás«, informou o tenente-coronel da Polícia Militar Ricardo Mendes. Também foi estabelecida que aquele narco-avião chegou desde Bolívia com voos de ida e volta. “A Polícia Federal informou que a aeronave saiu de Cuiabá às 4h de domingo (25) e chegou à Bolívia às 6h40. Ainda segundo a corporação, o avião decolou uma hora depois com destino a Jussara, no noroeste goiano, onde foi interceptado pela FAB”, escreveu a jornalista Vanessa Martins, do G1Globo. 

Segundo aclararam as autoridades encarregadas desse caso, aquela droga boliviana apreendida é de alta pureza. «Ainda poderia ser misturada, e a quantidade, multiplicada”, disse o delegado Bruno Gama da Polícia Federal.

O piloto e copiloto, presos após num hotel de Goiana onde escondiam se, são dois rapazes brasileiros que foram para Bolívia pela primeira vez.

Os donos dessa aeronave não eram necessariamente membros do PCC nem do Comando Vermelho. Trata se mais bem dum consórcio entre simples —e as vezes inexperientes— traficantes brasileiros, e avezados cocaineiros bolivianos que fornecem a droga no mesmo território boliviano

Polícia procura tripulantes de avião que levava 650 kg de cocaína, em Goiás | VIDEO

Bolívia: ¿Santuário para os criminosos fugitivos do Brasil? 

Marcelo Gómez de Oliveira, Zoi Verde, el principal narcotraficante de Goiás que fugó a Bolivia en abril donde obtuvo rapidamente identificación boliviana. Murió asesinado en un hecho hasta no esclarecido por las autoridades bolivianas. | Foto Archivo

Não devemos perder de vista, além, que muitos traficantes ou assaltantes brasileiros  que vão para Bolívia são fugitivos, fugindo mais bem, alguns de elos, dos comandos em guerra, ou outros escapando da própria justiça brasileira” —aclara nosso entrevistado—. “Os casos recentes da quadrilha de Adão da Silva Costa, Xingú, quem foi pra lá fugindo de seu falido roubo á mineira aurífera de Pará, ou o caso de Marcelo Gomes de Oliveira, Zoi Verde, um chefe do narcotráfico que fugiu da prisão de Goiás procurando refugio em Santa Cruz, representam essa ideia sob que Bolívia é para os criminosos brasileiros, acima da sua filiação no PCC ou no Comando Vermelho, uma espécie de santuário seguro”.

Depois de se instalar na Bolivia ficando salvos e seguros, não podem deixar de aproveitar que vão morando no paraiso da produção de cocaína, prestos para fazer bons negócios. Mas no caso de Zoi Verde algo escabroso aconteceu.

GGomes de Oliveira prontuariado no tribunal de Goiás que sentenciou lhe em janeiro de 2015. Zoi Verde não pudo justificar a origem da sua su fabulosa riqueza. Fugiu até Bolivia onde morreou levando á sua tumba o segredo dos seus vínculos com os fornecedores bolivianos de cocaína, quens detentam influências poderosas dentro o Governo de Evo Morales. | Foto Polícia Civil de Goiás

Dedicado ao comércio de droga desde inícios dos anos 2000, Gomes de Oliveira, Zoi Verde, caiou presso pela segunda vez em 2014, no Estado de Goiás, recebendo uma cadeia de 40 anos em prisão por enriquecimento ilícito; ostentava entre suas propriedades uma mansão avaliada em 10 milhões de dólares e uma frota de dezenas de carros de luxo, sendo o milionário mais famoso na cidade de Goiana, capital de Goiás. Logrou reverter a sentença, obteve sua liberdade, mas antes que a Procuradoria interpor a apelação procurando seu retorno á prisão, ele foi embora até Bolívia, em janeiro de 2015.

Na Bolívia, seus antigos e influentes fornecedores de cocaína facilitaram lhe uma cédula de identidade com nacionalidade de boliviano, morando assim com bom sucesso como “próspero empresário boliviano”. Porém, dois anos depois, o passado 20 de abril, Zoi Verde foi assassinado nas ruas de Santa Cruz, num fato criminoso ainda até hoje não esclarecido pelo Ministério de Governo da Bolívia. Sua família em Goiana tem a suspeita que um grupo de policiais bolivianos que sabiam sob sua condição de fugitivo da justiça brasileira, extorquiam lhe e decidiram executar lhe quando Gomes teria ameaçado com denunciar a extorsão entre seus amigos de alto nível no Governo boliviano.

No caso de “Xingú”, Adão da Silva Costa, não é aventurado afirmar que com o assalto á mais grande joalheria de Santa Cruz pretendeu se capitalizar para comprar cocaína no país (lembremos que já ao fez em Guayaramerín trocando com droga e armas aquele ouro roubado em Pará), e talvez também um avião com o qual explorar a mesma rota aérea que usam traficantes como Zoi Verde. É uma rota muito ativa, atualmente, que nasce no Chapare (Cochabamba) ou em Yapacaní (Santa Cruz), passa por San Ramón ou San Matías até entrar ao Brasil fazendo escadas em Mato Grosso ou Goiás, e daí até São Paulo e Rio de Janeiro como destino final, sem deixar de pagar os pedágios respetivos ao PCC ou ao CV, lá onde corresponda.

Então, os narcotraficantes bolivianos que vão vender sua cocaína de alta pureza com destino Brasil para que a droga desdobre no crack que inundará as favelas, eles vão despregar tudo seu poder estatal ao serviço do comprador brasileiro, desde fornecer uma cédula de identidade boliviana em menos de 24 horas quando procure refugio em nosso país fugindo da justiça brasileira o da guerra interna dos comandos, até fornecer um bom advogado que poderá tirar lhe de Chonchocoro para brindar lhe o beneficio de prisão domiciliar. Então, para obter o capital de investimento necessário com o fim de comprar a cocaína no oferta, vai ser uma coisa fácil assaltar uma grande joalheria como EuroChronos, a menos que o plano falhe por causa dalgum imprevisto aleatório, por alguma amarração com defeito, ou por simples falta de uma melhor experiência criminal.

Ou qué o que diz você, doctor Romero.

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