Data: diciembre 22, 2014 | 17:07

Prêmio Chico Mendes homenageia legado do mártir Patrono Nacional do Meio Ambiente

Chico Mendes foi reconhecido, por lei, como patrono nacional do meio ambiente. | Foto Sérgio Vale

Chico Mendes foi reconhecido, por lei, como Patrono Nacional do Meio Ambiente. | Foto Sérgio Vale

© Samuel Bryan | Agência Notícias do Acre

O governo do Estado, com patrocínio da Caixa Econômica Federal, entregou na noite da segunda-feira, 15, na Praça Povos da Floresta, mais uma edição do Prêmio Chico Mendes. Os vencedores deste ano foram o mestre e doutor em agronomia Manoel Pereira de Andrade, por iniciativa nacional, o seringueiro e artesão José Rodrigues de Araújo, o “Doutor Borracha”, por iniciativa estadual, e a Cooperativa dos Criadores de Abelhas do Estado do Acre (Acremel), por iniciativa comunitária, rural e florestal.

Conferido anualmente pelo governo do Estado, por intermédio da Fundação Elias Mansour (FEM), o Prêmio Chico Mendes de Florestania, criado em 2004 pelo então governador Jorge Viana, tem por finalidade reconhecer e estimular as atividades, programas, ações e iniciativas que têm como objetivo consolidar o conceito de florestania. Os três premiados recebem o Certificado de Reconhecimento e o troféu Castanha de Bronze, criado a partir de madeira certificada. Além desses prêmios, à Acremel foi conferido o valor de R$ 10 mil para fomento da atividade.

O governador Tião Viana esteve presente ao evento e lembrou que o projeto de governo vigente é baseado na sustentabilidade, preceito defendido por Chico Mendes, cujos ideais foram espalhados pelo mundo inteiro. “A nossa responsabilidade é enorme. Que nós, enquanto governo, possamos fazer a nossa parte, mas também todas as pessoas. Só na Reserva Chico Mendes investimos R$ 28 milhões – para os povos indígenas são R$ 40 milhões. E cada ano faremos uma homenagem especial para o legado que Chico deixou”, disse o governador.

Representando a família do líder seringueiro, a filha Ângela Mendes lembrou que neste dia Chico Mendes completaria 70 anos de idade. “Esse prêmio é uma prova de que os sonhos de meu pai são possíveis. O que ele deixou para nós não pode deixar de existir”, conta Ângela.

Manoel Pereira de Andrade, que realizou um grande trabalho de defesa ambiental se apoiando nas ideias de Chico Mendes, infelizmente não pôde comparecer ao prêmio. Falando em seu nome, o amigo de Chico, Gumercindo Rodrigues, recebeu a premiação e lembrou: “Há 26 anos nós estávamos comemorando o aniversário dele lá em Xapuri. Foi um momento simples, mas especial, e pouco tempo depois ele seria morto. Quero convocar todos para manter os ideais de Chico Mendes agora e para as gerações futuras, nossos filhos e nossos netos”.

Patrono Nacional do Meio Ambiente

Francisco Alves Mendes Filho foi assassinado com um tiro de escopeta no peito, na porta de sua casa, em Xapuri, Acre. Foi na noite de 22 de dezembro de 1988, uma semana após completar 44 anos de idade. O sindicalista virou mártir da causa ambientalista.
Nascido em 15 de dezembro de 1944, em Xapuri, trabalhou desde criança no seringal Porto, com o pai. Chico Mendes aprendeu a ler aos 20 anos. A partir de 1973, passou a se envolver em conflitos de terras com fazendeiros. Criou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasileia. Chico, a partir daí, ganhou destaque ao promover os “empates”, manifestações pacíficas de seringueiros que protegiam as florestas.
Em 1977, fundou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e foi eleito vereador na Câmara Municipal. Um ano depois, recebeu sua primeira ameaça de morte. Em 1980, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores no Acre. Chico Mendes denunciou a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros provocados por projetos financiados por bancos estrangeiros.
No ano de sua morte, ganhou o prêmio Global 500, oferecido pela ONU.
Em 2013, o ativista foi reconhecido, por lei, como Patrono Nacional do Meio Ambiente.
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