Data: octubre 18, 2013 | 16:55
Registros de plantas no Acre cresceram 74% em sete anos e revelam a riqueza da flora acreana: a cada cinco coletas, uma é novidade...

Esforço para a coleta de espécies de plantas no Acre é um dos maiores do Brasil

 Nos últimos seis anos, de acordo com o Departamento de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Acre (Ufac), foram registradas 72 espécies novas para a ciência.

Nos últimos seis anos, de acordo com o Departamento de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Acre (Ufac), foram registradas 72 espécies novas para a ciência.

© Edmilson Ferreira | Agência de Notícias do Acre

O Acre é o Estado onde a coleta de novas espécies de plantas ocorre com maior frequência no Brasil.   Nos últimos seis anos, de acordo com o Departamento de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Acre (Ufac), foram registradas 72 espécies novas para a ciência. «Aqui, ao contrário de outras regiões, o registro de espécies não catalogadas segue tendência de crescimento», afirmou Marcos Silveira, pesquisador da Ufac, doutor em ecologia pela Universidade de Brasília (UnB).

Em outros Estados , mesmo na Amazônia, o número de registros encontra-se estável ou reduzindo a cada ano.

O relatório da segunda fase do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado   mostra que o  banco de dados da flora do Acre cresceu 74% no período,   aumentando de 13.642 em 1999 para 23.680 em 2006. As coletas realizadas pelos botânicos brasileiros e estrangeiros que colaboram no projeto somaram cerca de oito mil coleções e esse acréscimo também representou um aumento de mais de 50% na coleção do herbário da Ufac. O herbário levou vinte anos para chegar a 15 mil amostras.

Até 1971, o Acre tinha apenas 0,2 coletas em cada 100 quilômetros quadrados e em 1991, pouco antes do estabelecimento do convênio entre a Ufac e New York Botanic Garden, esse valor era de 4,5 coletas/100 km2. Em 2001, após 10 anos de atividades desse  convênio, a taxa de coleta  para o Acre revelava uma média de 13 amostras/100 km2 (19.918 coletas em 153.150 km2).

Diante da intensificação dos estudos botânicos no Acre, a taxa observada no Estado hoje é de 16 coletas/100 km2, sendo as matas das regiões  do Juruá e do Acre, as mais conhecidas, e as do Purus e Tarauacá-Envira, as menos conhecidas.

«O Estado do Acre  continua sendo uma fronteira biológica. Enquanto a quantidade de novas ocorrências para a região e o número de espécies novas para a ciência aumenta, e a diversidade de vários grupos de animais e de certas plantas chega a níveis inéditos, a densidade da amostragem biológica do Acre, pelo menos a florística, ainda é 5-10 vezes menor que a do Oriente do Equador», diz o relatório do ZEE. 

Especialistas

Como no Acre o trânsito de especialistas em plantas aumentou significativamente desde 1999, a quantidade de informações acrescentadas ao banco de dados, consequentemente, também aumentou. O aumento quantitativo dos dados biológicos, especialmente taxonômicos, em muitos casos não reflete uma melhora qualitativa imediata à base de informações, uma vez que, na maioria das vezes, o tempo entre as coletas e a determinação efetuada por especialistas é longo. «O descobrimento de espécies novas para a ciência e os novos registros de espécies, gêneros e até famílias nunca encontradas no Acre anteriormente, reflete a riqueza da sua flora, mas também consiste em indicativos sobre quais regiões do Estado merecem mais atenção e proteção», completa o relatório.

Um de seus autores, Marcos Silveira participou do 58o Congresso Nacional de Botânica, ocorrido em São Paulo no início de novembro em uma reunião da Comissão da Flora do Brasil, apresentou o Primeiro catálogo da flora do Acre, um livro com cerca de 500 páginas escrito por ele e pelo pesquisador Douglas Daly, do Jardim Botânico de Nova Iork, e que está prestes a ser lançado.

Tendo contado com a colaboração de mais de uma centena de especialistas, esse livro registra cerca de 4000 espécies de plantas para o Acre, num universo de aproximadamente 26.000 amostras coletadas na região, desde 1901. Isso significa que a cada cinco plantas coletadas no Acre, uma representa um novo registro para o banco de dados da flora estadual. O professor também afirma que apesar do número alto de espécies conhecidas no Acre até o momento, a diversidade esperada para a região ainda está longe de ser desvendada, sendo igualmente importante, o investimento no conhecimento do potencial de uso dessa flora.

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